11/03/2009

Arquitetura Institucional

Uma das tipologias arquitetônicas mais complicadas, e ate mesmo por isso uma das mais desafiadoras, são os edifícios de ordem institucionais. Instituição, segundo o dicionário Michaelis, significa:

(...) Complexo integrado por idéias, padrões de comportamento, relações inter-humanas e, muitas vezes, um equipamento material, organizados em torno de um interesse socialmente reconhecido (...)

(...) Estrutura decorrente de necessidades sociais básicas, com caráter de relativa permanência, e identificável pelo valor de seus códigos de conduta, alguns deles expressos em leis; instituto (...)


Levando-se em conta essas definições, é possível concluir que um edifício institucional é, em linhas gerais, um espaço público voltado ao grande publico, e assim tende a receber diariamente um grande fluxo de visitantes.

O primeiro ponto a se considerar ao se projetar um objeto arquitetônico dessa ordem é a localização, independente do tipo instituição que será sediada no espaço, tem que ser pensado um local de fácil acesso aos usuários. Na maioria dos casos, é recomendada a escolha de lugares centrais da cidade e próximos a outras instituições de relação direta facilitando a intercomunicação, mas em casos específicos podem-se levar em consideração outros pontos, como exemplo o “Posto Avançado do Aparelho Locomotor de Macapá”, em que é necessário o contato com outras unidades nas cidades próximas, assim, foi escolhido um lugar próximo ao aeroporto como também a rodovia que faz essa ligação.

O segundo ponto é a identificação do prédio. Um edifício institucional tem que ser facilmente percebível, sem necessariamente ter que destoar do contexto a que será inserido, mas se diferenciando, se destacar dos demais em algum aspecto, alem de que a volumétrica tem que expressar o tipo de atividade que ali é realizada. Um exemplo interessante nesse aspecto é a sede da fundação Iberê Camargo, com um designe completamente inovador ele chama a atenção de quem passa, atiça a curiosidade, e expressa à idéia artística que é o objetivo do lugar, como se o próprio prédio fosse uma das obras expostas.

Outra caracteriza importante é a eficiência construtiva da obra. Todas as instituições públicas são geridas com dinheiro do governo, ou seja, dinheiros dos impostos cobrados da população, e principalmente no Brasil onde a falta de recursos é a principal desculpa para a falta de qualidade nos serviços públicos, tem que se ter a consciência e a preocupação de se usar os recursos de maneira responsável, atendendo todas as necessidades, mas buscando sempre as soluções mais econômicas de maneira criativa e inteligente, afinal de contas, são recursos que podem fazer falta em outras áreas. No Brasil em termos gerais são raros os projetos institucionais que tem essa preocupação, como exemplo negativo é possível citar o novo centro administrativo do governo do estado de Minas Gerais, onde serão gastos aproximadamente um bilhão de reais simplesmente para atender a anseios pessoais do arquiteto, sem que esse diferencial arquitetônico proposto, que custara bem mais do que o convencional, apresente vantagens funcionais praticas pra instituição em questão.

E finalmente a questão da funcionalidade, passando pelas questões ambientais e o cumprimento das legislações previstas. Realçando o que já foi dito anteriormente, os edifícios institucionais tendem a ter um grande fluxo de pessoas, alem dos funcionários dessas instituições que passam o dia todo nesse local, por isso antes mesmo da beleza estética ou do designe volumétrico do edifício, tem que haver uma preocupação com o conforto de quem utiliza aquele espaço, ate mesmo para se ter mais eficiência no trabalho realizado. A funcionalidade, principalmente ao que condiz ao conforto ambiental, passa primeiramente ao cumprimento a risca de toda a legislação prevista, ate porque as instituições públicas têm que servir de exemplo pra sociedade, além disso, é importante realçar as questões ambientais tão discutidas e difundidas no mundo atual, não só pela preservação ambiental e preocupação do impacto da construção em relação ao contexto a que será inserida, como também, voltando nas questões relacionadas a recursos públicos, buscar o máximo de economia no funcionamento do prédio, como iluminação, temperatura e outros fatores. Exemplo negativo para os centros de administração pública do governo federal em Brasília, onde apesar da beleza plástica exuberante, são muito pouco funcionais, alem de não se adequarem aos padrões ambientais tão exigidos nos projetos arquitetônicos hoje em dia, como exemplo as fachadas de vidro, numa região do país com muita irradiação solar como o serrado, deixando os prédios inóspitos sem o auxilio de toda uma rede de refrigeração interna, dando gastos extras exorbitantes.

Ítalo Bbg